À tarde, Cosme Nogueira e os também diretores do SINSERPU-JF Francisco “Chiquinho” Carlos da Silva e Antônio Carlos de Sant’Ana se reuniram com os trabalhadores no Departamento deste transporte sanitário (localizado, por ora, na Rua Halfeld, 1400, no prédio do antigo hospital municipal Mozart Teixeira) e depois visitaram o Ponto de Apoio (na Praça da República, Bairro Poço Rico) – local para onde a Prefeitura pretende transferir a base de apoio dos motoristas.
E é justamente esta transferência anunciada (a propósito, a quarta nos últimos seis meses) o motivo principal da revolta dos trabalhadores. Segundo eles, sempre os locais indicados pela Prefeitura não têm a estrutura física adequada. Como é agora. Os diretores do SINSERPU-JF constaram as péssimas condições do galpão anunciado para servir de base dos trabalhadores (veja fotos): insalubre, sem ventilação adequada, com apenas uma escada de acesso (ou seja, sem saída de emergência) e sem banheiros e refeitório a contento.
“Os motoristas são profissionais valorosos, que prestam serviços bastante relevantes à sociedade, inclusive transportando pacientes especiais. Não merecem esse tratamento. Eles fizeram concurso e querem ter uma identidade e não serem tratados como ‘ciganos’, mudando de lugar periodicamente”, afirmou o vice-presidente do SINSERPU-JF, Cosme Nogueira, que ressaltou o “caráter autoritário” da atual administração, que não permite a “voz e o diálogo ao servidor”.
O presidente do SINSERPU-JF, Francisco Chiquinho Carlos da Silva, por sua vez, ressaltou que o Sindicato vai estar sempre ao lado dos trabalhadores e colocou o Departamento Jurídico da entidade à disposição dos motoristas para consultas e possíveis medidas sobre os direitos da categoria. “Os motoristas que executam estas tarefas do transporte sanitário e dos mandados judiciais da zona rural não recebem os adicionais que beneficiam os servidores da saúde que executam as funções na zona rural”, lembrou Cosme Nogueira. “A direção do Sindicato vai lutar para que estes motoristas que já executam estas tarefas do transporte sanitário, seja no centro ou na zona rural, sejam remunerados de forma justa, pois estão expostos a riscos e contaminações”, acrescentou.
Na reunião da tarde, o supervisor Flávio José Barbosa, representando a Prefeitura, afirmou que a mudança (para a Praça da República) se faz necessária porque o local atual será ocupado pela secretaria municipal de Educação. Porém, os trabalhadores querem mais que “explicações burocráticas”. Eles pleiteiam, entre outras medidas: que “a Administração Municipal regulamente as diretrizes a serem seguidas por eles na execução do trabalho – diretrizes estas específicas de cumprimento de Ordem Judicial, que já vem sendo requisitadas há mais de um ano”; isonomia salarial (requisitada pela última vez há cerca de 60 dias), e a “regulamentação da questão do transporte sanitário”, que, segundo eles, é lei federal, mas depende de uma adequação da Administração Municipal.