Mais dois casos de agressões a servidores nas unidades de saúde de Juiz de Fora
O SINSERPU-JF registrou, acompanhou, prestou solidariedade aos envolvidos e vai tomar as devidas providências em função de dois novos casos de agressões a servidores nas unidades básicas de saúde de Juiz de Fora, na sexta-feira (15 de março).
Em Igrejinha, a funcionária Cristina de Fátima Ribeiro sofreu desacato, foi agredida verbalmente e ameaçada de agressão física. Ela é recepcionista e marcadora de consultas da UBS do bairro, desviada da função de agente comunitário de Saúde, pois devido a traumas anteriores não se sente mais segura para desempenhar suas funções laborais. No histórico de Cristina consta uma grave agressão (tentativa de enforcamento) no dia 31 de março de 2022 (quando teve que ser afastada do serviço por seis meses) e outra em 20 de junho de 2023 (desacato, injúria e difamação). “Tudo registrado em Boletins de Ocorrência, inclusive com corpo de delito. Na última sexta-feira, a agressão da manhã se deu por dois usuários (um homem e uma mulher), que me desacataram, me agrediram verbalmente e me ameaçaram de agressão física. À tarde, outra usuária desacatou novamente, por conta de um exame que ainda não tinha chegado na unidade”, contou a servidora. “Por conta dos acontecimentos, tenho transtorno de stress pós-traumático, ansiedade generalizada e depressão e, por conta da medicação obrigatória, dessas doenças ocupacionais, estou com suspeita de adenoma hipofisáro”, completou Cristina.
“Esse tipo de confusão está acontecendo porque não tem médicos. Quando o profissional chega à noite tem que fazer os atendimentos da área dele e mais as demandas espontâneas”, explicou o diretor do SINSERPU-JF Rozivaldo Gervásio, que também foi à UBS do Bairro Santos Dumont, acompanhado do também diretor do Sindicato Ivan Catarina, onde outra denúncia estava em curso. “Lá estava faltando médicos. A polícia teve que ser chamada para conter os ânimos dos usuários e preservar a integridade dos servidores”, contou o dirigente do Sindicato.
Essa insegurança e clima de tensão nas unidades de saúde foram intensificadas depois que a Prefeitura decidir alterar as jornadas de trabalho da equipes do PSF – medida bastante criticada pelo SINSERPU-JF e os sindicatos da área, por ter sido tomada sem diálogo e sem a preparação da devida estrutura.
“Esse novo horário precisa ser revisto com urgência, pois tememos pela segurança dos servidores públicos. Pelos fatos está claro que o objetivo de atender a população com prestação de serviços de qualidade não está sendo cumprido – e não por culpa dos servidores públicos e sim por um problema de gestão”, afirmou o presidente do SINSERPU-JF, Francisco “Chiquinho” Carlos da Silva.