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Desigualdade Racial Em Juiz De Fora Ainda Persiste Após 136 Anos Da Abolição Da Escravatura
14/05/2024

Desigualdade Racial em Juiz de Fora ainda persiste após 136 anos da Abolição da Escravatura

Enquanto o Brasil recorda o dia 13 de maio como marco da abolição da escravatura, Juiz de Fora, cidade mineira, enfrenta uma realidade que ilustra as consequências históricas dessa legislação e os desafios contemporâneos enfrentados pela população negra.

A assinatura da Lei Áurea em 1888, celebrada como o fim oficial da escravidão, ocorreu em um contexto marcado por interesses políticos e econômicos, sem ser acompanhada de medidas eficazes para a integração social dos libertos. Deste modo, mesmo após 136 anos, os desafios persistem. Uma pesquisa da ONU realizada em 2017 classificou Juiz de Fora como a terceira cidade mais desigual do Brasil, especialmente em relação à qualidade de vida entre as populações negra e branca. De acordo com levantamentos do JF em Dados com base no Censo Escolar de 2020, o acesso desigual à educação é um dos principais reflexos dessa desigualdade, com 51% dos alunos da rede pública sendo negros, em comparação com apenas 19% das escolas particulares.

No mercado de trabalho, a situação não é diferente. Segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), os negros enfrentam taxas de desemprego acima da média nacional, com uma taxa de desemprego de 8,9% para pretos e 8,5% para pardos, em comparação com 5,9% para brancos. Além disso, a remuneração média dos profissionais negros é 35,5% menor do que a média praticada na cidade.

A pandemia da Covid-19 agravou ainda mais essa situação. Juiz de Fora, cujos setores de comércio e serviços são os principais empregadores, enfrentou o fechamento de empresas e a redução significativa dos postos de trabalho durante o período mais crítico da crise sanitária. Embora tenha havido uma recuperação em 2021, com a criação de novas vagas, a retomada do crescimento ainda é incerta.

A falta de políticas de inclusão e valorização por parte das empresas contribui para a perpetuação dessas desigualdades. A baixa representatividade dos negros no mercado formal de trabalho juiz-forano reflete um problema estrutural que exige medidas urgentes. No mercado de trabalho do serviço público, os desafios são semelhantes aos enfrentados pelo setor privado. Os servidores públicos municipais, que desempenham um papel fundamental na prestação de serviços à população, não estão imunes às desigualdades raciais. A falta de representatividade e oportunidades equitativas afeta diretamente a eficácia e a qualidade dos serviços prestados à comunidade.

De acordo com o diretor Social de Raça e Gênero do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Juiz de Fora (SINSERPU-JF) Adenilson Reginaldo e a diretora de base Bernardete Reis, ambos representantes do sindicato no Compir, é fundamental reconhecermos e enfrentarmos essas desigualdades em nosso próprio ambiente de trabalho. “Devemos trabalhar em conjunto com as autoridades municipais para implementar políticas de inclusão, diversidade e valorização da população negra no serviço público, garantindo assim um ambiente de trabalho mais justo e igualitário para todos”, afirma Adenilson.

Para Bernardete, enquanto Juiz de Fora enfrenta os desafios do presente, é fundamental que o serviço público municipal seja um agente de mudança na luta contra o racismo estrutural e a exclusão social. “A promoção da igualdade racial não é apenas uma questão de justiça, mas também uma necessidade para construirmos uma cidade mais justa, inclusiva e solidária para todos os seus habitantes”, explica.


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