Atual diretoria do SINSERPU-JF vai denunciar à Justiça a gestão anterior do Sindicato

Diante de vários indícios de irregularidades deixadas pela administração anterior do Sindicato, a atual gestão do SINSERPU-JF, que assumiu em abril deste ano, vai denunciar à Justiça os diretores que estiveram à frente da entidade entre março de 2020 e março de 2024 – e os documentos serão também encaminhados à Administração Municipal, para os devidos procedimentos. Para isso, será criada, como reza o Estatuto do Sindicato, uma Comissão Independente. As medidas foram comunicadas à categoria  durante a Assembleia Geral Extraordinária realizada na noite desta quarta-feira (11 de setembro). “É muita história e são muitas as lutas ainda a serem travadas e não podemos deixar que o Sindicato seja desmoralizado por ações e omissões ocorridas nos últimos anos”, resumiu a atual presidenta do SINSERPU-JF, Deise Medeiros.

Além das inúmeras inconsistências contábeis, foram divulgados fatos que precisam de explicações. Entre eles: 1) Foi gasto a exorbitante quantia de R$ 70.000,00 (setenta mil reais) no serviço de telemedicina do Centro Médico e Odontológico Ondina Loures, por sete consultas, em sete meses – ou seja: inacreditáveis R$ 10.000,00 (dez mil reais) por consulta; 2) dívidas de R$ 13.956,00 com o setor odontológico do Centro; 3) “sumiço” de dois notebooks e quatro aparelhos celulares de propriedade do Sindicato; 4) centenas de cartões das empresas BigCard e  UP, encontrados em gavetas e armários na sede do Sindicato, com valores, respectivamente, de R$ 65.800,00 e R$ 6.800,00; 5) dívida no Serasa, no valor de R$ 15.995,99; 6) gastos pessoais (gasolina no carro) de dois diretores pagos com dinheiro da entidade; 7) dívidas pendentes repassadas para a atual gestão do SINSERPU-JF no total de R$ 89.376,90 – incluindo aí R$ 47.133,06 com o movimento grevista do final de março/início de abril.

Soma-se a esse quadro uma série de indícios de improbidade administrativa ou de má gestão. Tais como: 1) um diretor que só começou a contribuir para o Sindicato, como filiado, em 16 de novembro de 2022 – fato que inviabiliza sua função e até mesmo sua eleição para o cargo, por não ter o tempo de contribuição necessária e prevista no Estatuto 2) inexistência de documentos de um dos bens do Sindicato, o terreno em Linhares; 3) um dos veículos do Sindicato, o Ônix, com 19.000 km rodados, foi entregue todo deteriorado, necessitado de uma revisão urgente, com troca de peças – o que ocasionou gastos extras ; 4) O Centro Ondina Loures não tem CNPJ e nem documentação para o processo de abertura e estava, então, funcionando de forma ilegal; 5) além de funcionamento irregular, alguns procedimentos estranhos foram constatados na clínica, como, por exemplo, o limite de 12 consultas para tratamento psicológico; 6) multas de trânsito no valor de R$ 547,17, não quitadas.

Depois de apresentada essa situação e citada as providências a serem tomadas , Deise Medeiros informou a todos que: 1) todo o patrimônio do Sindicato agora está catalogado; 2) O Centro Médico e Odontológico Ondina Loures está temporariamente fechado, diante das irregularidades administrativas, e só será reaberto após a criação de um CNPJ e do registro em Cartório – procedimentos, no entanto, que precisam ser aprovadas em Assembleia convocada para esse fim; 3) as empresas BigCard e UP aceitaram devolver ao Sindicato (em créditos, não dinheiro) os valores “esquecidos” nas gavetas pela administração anterior; 4) todas as dívidas do Sindicato, inclusive com a Serasa, foram negociadas, com a supervisão do Departament Jurídico, e estão sendo quitadas dentro dos acordos possíveis; 5) o ex-presidente do SINSERPU-JF Amarildo Romanazzi, responsável por irregularidades com a empresa conveniada Ciso, foi excluído do quadro de filiados do Sindicato.