SINSERPU-JF cita experiências dos profissionais de Saúde para criticar implantação do Pronto
Durante a reunião do Conselho Municipal de Saúde, na noite desta quarta-feira (23 de abril), o SINSERPU-JF usou as experiências dos próprios profissionais de Saúde para criticar a implantação do Pronto/Prontuário Online Fácil. Na ocasião, Luciano Ferreira da Cruz, diretor de Base do Sindicato, conselheiro de Saúde e funcionário da UBS Vale Verde, definiu, com bastante propriedade, a impressão dos servidores do setor: “Desde o ‘famoso’ treinamento, a minha experiência, como profissional, foi horrível. A pessoa responsável pelo treinamento foi extremamente rude e respondia os questionamentos com ironia, afirmando que tinha que ser daquela forma, e pronto. Ou seja, uma imposição – e não é assim que deve ser. Ninguém é contra a tecnologia, e muito menos a sistemas que podem, em tese, beneficiar a população, mas as mudanças têm que ser tratadas com os trabalhadores”.
Depois de citar a possibilidade de transtornos no dia a dia, com consequências graves para o profissional, em relação, por exemplo, ao registro de vacinas e ao bom atendimento ao usuário, Luciano Ferreira acrescentou que, para que o servidor não fique “refém” de um sistema falho e anunciado na mídia e para a população como bom, é preciso alinhar “o treinamento e fazer os muitos ajustes necessários”.
Respaldado pelos colegas de diretoria do SINSERPU-JF presentes à reunião (Deise Medeiros, Adalberto de Assis, Anderson Luís Gonçalves “Andinho”, Cleriomar dos Reis, Denise Medeiros, Rodrigo do Valle, Rodrigo Reis e Rosângela Dias), Luciano Ferreira encaminhou a proposta da concessão, pela Secretaria Municipal de Saúde, de um prazo maior para que o PRONTO seja colocado em atividade, “para que o servidor consiga operar o sistema de maneira digna, com segurança e sem as lacunas atuais”.
Em resposta, a Secretaria Municipal de Saúde se comprometeu a ouvir as demandas dos servidores. “Demandas estas que deverão ser encaminhadas através dos supervisores – que devem apurar, junto aos servidores, os problemas que o Pronto tem gerado a cada profissional e encaminha-los à Secretaria, que, por sua vez, vai alinhar as soluções com a empresa responsável pelo Pronto. Dessa forma, cada UBS vai enumerar os problemas a serem corrigidos, que serão compilados”, informou Luciano Ferreira.
Não foi a primeira vez que o SINSERPU-JF externou críticas ao Pronto. No início do mês, o Sindicato cobrou “diálogo”, pediu uma “maior discussão antes da implantação do sistema”, e, posteriormente, levou seus questionamentos diretamente ao gerente da Atenção Primária da secretaria municipal de Saúde, Robert Neylor, em reunião realizada no dia 8 de abril.
Nesta quinta-feira (24 de abril), os dirigentes do SINSERPU-JF voltam ao Conselho Municipal de Saúde, para discutir outro tema bastante relevante: a redução da jornada de trabalho no SUS.